Páginas

sábado, 11 de setembro de 2010

Não Somos Máquinas!




Há muito que vivemos em nosso dia-a-dia idéias dualistas e fragmentadas, fundamentadas no mecanicismo, onde o Homem é uma máquina separado da natureza.

E como uma boa máquina, nossos relacionamentos passaram a ser objetivos, impessoais, neutros, e a ausência de emoção e o distanciamento afetivo, são as características mais experenciadas e valorizadas.

A competição, a agressividade, a busca do lucro acima de qualquer coisa é que tornaram-se o comportamento ideal. Elegemos como único objetivo de vida a busca de segurança por meio da conquista do poder, status e bens materiais.

O sentimento do sagrado, seja em relação à natureza, ou ao cotidiano das pessoas, está ausente da vida moderna.

Isso aprofundou a separação do Homem com a natureza e com o seu semelhante.

Temos usado o conhecimento com o objetivo de dominar, explorar e controlar a natureza e o próximo, com a pressuposição de que tais idéias são "naturais". Buscamos o poder para defender os próprios interesses e impor aos outros os valores pessoais. Um exemplo, no mundo na moda, são as fábricas de grandes varejistas, localizadas em países subdesenvolvidos, que além de poluírem o meio ambiente sem qualquer restrição, utilizam o trabalho escravo e  infantil. E essas peças chegam até nós, e as compramos a preços baixíssimos, e seduzidos pelos baixos valores, nem nos perguntamos de onde vieram essas roupas.

Todos esses fatos nos indicam que a humanidade está pagando um alto preço pelo desenvolvimento científico, tecnológico e industrial.

É preciso urgente recuperar a visão de totalidade, a visão sistêmica da vida.

Não somos máquina, não estamos isolados do nosso meio, mas intrinsecamente ligados.

Quando olhamos para o mundo a nossa volta, percebemos que não estamos lançados em meio ao caos e à arbitrariedade, mas que fazemos parte de uma ordem maior, de uma grandiosa sinfonia da vida. Fazemos parte do universo. E quando tomamos a real consciência de que nossas ações, por menores que sejam, repercurtem em toda a teia em que estamos ligados, e que a ação de outros também repercurte em nós, começamos a pensar melhor sobre nossas ações.

Por isso, vamos começar adotar atitudes que possam repercutir de uma forma positiva nesta teia da vida, que possam nos fazer despertar, e despertar o próximo, para o sagrado no nosso cotidiano, para um estilo de vida mais condizente com a nova ordem: a sustentabilidade!

Se permita às vezes andar de bicicleta, a pé, pegar carona, dar carona, comer menos carne, reduzir, reutilizar, reciclar, consumir orgânicos, pesquisar, inovar, compartilhar, cooperar, etc, etc, etc... E experimente usar esta frase: Será que eu realmente preciso disso?